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Tuesday, March 29, 2011

Comunicação, criatividade e dança







Do seguimento do processo de criação, durante 3 meses, da coreografia PUMBA, dos catalães Compañia de Danza Búbulus em Barcelona, surgiu bastante mais que um excelente resultado performativo.
Este trabalho permitiu ainda a ponte com o Varazim Teatro, que apresentou recentemente na sua programação o espetáculo que viajou de propósito à Póvoa de Varzim. Feitas as pontes entre Póvoa (berço do Projeto Jogos de Corpo e Voz) e a sua casa habitual na capital catalã.

O trabalho direto com o coreógrafo Carles Salas, Carmen C., assistente de coreografia, e com as bailarinas Eli e Ona, permitiu a continuação de muita exploração nas áreas da Criatividade e Comunicação.
Destacam-se:
- Sentir para criar - a importância de estar em contacto com o corpo criativo para poder surgir com novas soluções. O equilíbrio interno pedido às bailarinas para integrarem as sugestões externas no su próprio material pessoal.
Esta percepção segue, aliás, a linha vista em Pina Bausch; a importância do "sentir mais".

- A influência da cumplicidade corporal - A influência altamente positiva da profunda cumplicidade entre as bailarinas, permitindo a criação de um "corpo comum", uma linguagem afim e de um só corpo expressivo.

- A produção criativa como um processo aberto - A forma de trabalho desta companhia baseia-se numa comunicação interactiva bidirecional. Este formato levou a uma riqueza de propostas e de explorações visível na qualidade dos efeitos cénicos, corroborando as escolhas feitas e a riqueza de uma criação verdadeiramente conjunta.

Estas foram alguns dos insights registados, facilmente levados para as restantes áreas de intervenção deste Projecto.
Há lugar nas empresas para a criação de um "corpo único"? Um departamento de marketing pode usufruir deste "corpo expressivo" nas suas propostas?
É possível ouvir um project manager através da sua expressão, indo mais além das palavras, captando a essência do que explica verbalmente?
Existe espaço para a escuta comum numa equipa de trabalho? Existe, aliás, espaço para a escuta do corpo que produz? Tempo de estar em sintonia com a tarefa laboral, com a proposta a realizar em prazo limite? Como pode este "estar em contacto" ajudar na criação de cada tarefa?

As intersecções existem. Acompanhemo-las. Levemos mais longe as aprendizagens obtidas nas várias áreas, da dança à empresa, do palco ou open space onde se reune uma equipa.
E depois, talvez tudo PUMBA mais!...
Fica o desafio.