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Tuesday, March 29, 2011

Regresso ao Laboratório Internacional de Teatro Físico na Áustria


Depois da primeira participação, em Agosto, veio o convite para voltar. Desta vez não com sol e vento suave, mas com neve e um frio dos bons. De final de Novembro a inícios de Dezembro 2010.Desta vez não como participante mas como assistente de organização.
Receber o grupo de 50 assistantes, colaborar nos detalhes práticos e teóricos e finalmente a óptima oportunidade de ver o Laboratório e toda a beleza implicada desde fora, como responsável de fotografias de todo o evento.













E, claro, uma vez mais, a fantástica oportunidade de participar activamente numa formação que desenvolve a perspectiva do espaço, do lugar e do poder do corpo e da expressão emocional transformada em expressões corporais.
Sentir em primeira pessoa todos os insights que a teoria destapa. E uma excelente oportunidade de voltar a estar em contacto com o corpo e a sua expressão vistos por profissionais de todos os lados do mundo (EUA, especialmente, desta vez).

Técnicas Expressivas para profissionais da Educação

















De Outubro a Dezembro 2010, o Projecto esteve presente no Centro Social e Paroquial de Mindelo, Portugal, para o desenvolvimento de 6 sessões sobre Técnicas Expressivas.

Mais do que uma formação de fim de tarde, mais do que um protocolo a seguir, mais do que conteúdos a passar, o espaço criou-se à base de partilha.

As 3 horas encheram-se de histórias. Comentaram-se fórmulas que funcionavam, idiossincrasias de crianças, medos que são comuns, anos de experiências e a capacidade de desejar chegar mais longe.
Tudo ingredientes para trabalhar com seres que começam a vida.
Para estes profissionais que trabalham com bebés dos 2 meses aos 6 anos, mais do que técnicas e jogos, interessaram as vistas amplas, as perspectivas assentes num sentir comum.
Em querer passar mais do que uma canção. Em chegar além do jogo, ali onde se esconde o poder do toque, o efeito de um olhar, o reforço por um gesto.

Os profissionais, cansados ao fim das horas de trabalho, trouxeram disponibilidade para o movimento, capacidade de gargalhar e sentido crítico.
Sairam todos com a riqueza da partilha que ensina mais do que formadores de Power Point em punho. Sairam (saímos) convencidos de que a educação é partilha.
É estar. É presente. É sentir e deixar a permeabilidade para ser recebido.

Comunicação, criatividade e dança







Do seguimento do processo de criação, durante 3 meses, da coreografia PUMBA, dos catalães Compañia de Danza Búbulus em Barcelona, surgiu bastante mais que um excelente resultado performativo.
Este trabalho permitiu ainda a ponte com o Varazim Teatro, que apresentou recentemente na sua programação o espetáculo que viajou de propósito à Póvoa de Varzim. Feitas as pontes entre Póvoa (berço do Projeto Jogos de Corpo e Voz) e a sua casa habitual na capital catalã.

O trabalho direto com o coreógrafo Carles Salas, Carmen C., assistente de coreografia, e com as bailarinas Eli e Ona, permitiu a continuação de muita exploração nas áreas da Criatividade e Comunicação.
Destacam-se:
- Sentir para criar - a importância de estar em contacto com o corpo criativo para poder surgir com novas soluções. O equilíbrio interno pedido às bailarinas para integrarem as sugestões externas no su próprio material pessoal.
Esta percepção segue, aliás, a linha vista em Pina Bausch; a importância do "sentir mais".

- A influência da cumplicidade corporal - A influência altamente positiva da profunda cumplicidade entre as bailarinas, permitindo a criação de um "corpo comum", uma linguagem afim e de um só corpo expressivo.

- A produção criativa como um processo aberto - A forma de trabalho desta companhia baseia-se numa comunicação interactiva bidirecional. Este formato levou a uma riqueza de propostas e de explorações visível na qualidade dos efeitos cénicos, corroborando as escolhas feitas e a riqueza de uma criação verdadeiramente conjunta.

Estas foram alguns dos insights registados, facilmente levados para as restantes áreas de intervenção deste Projecto.
Há lugar nas empresas para a criação de um "corpo único"? Um departamento de marketing pode usufruir deste "corpo expressivo" nas suas propostas?
É possível ouvir um project manager através da sua expressão, indo mais além das palavras, captando a essência do que explica verbalmente?
Existe espaço para a escuta comum numa equipa de trabalho? Existe, aliás, espaço para a escuta do corpo que produz? Tempo de estar em sintonia com a tarefa laboral, com a proposta a realizar em prazo limite? Como pode este "estar em contacto" ajudar na criação de cada tarefa?

As intersecções existem. Acompanhemo-las. Levemos mais longe as aprendizagens obtidas nas várias áreas, da dança à empresa, do palco ou open space onde se reune uma equipa.
E depois, talvez tudo PUMBA mais!...
Fica o desafio.